Uma semana de Neymar: lampejos do passado, mas ainda falta o brilho decisivo
Em uma semana que conectou duas quartas-feiras, Neymar viveu três jogos pelo Santos. Foram 270 minutos em campo sem vitórias, gols ou assistências. Um começo discreto para quem carrega a esperança de resgatar não apenas o futebol do time da Vila Belmiro, mas também sua própria trajetória após um ano e meio longe dos gramados.
A última atuação, na derrota por 2 a 1 para o Corinthians, em Itaquera, refletiu um Neymar ainda distante do auge. Com pouca influência no jogo, o camisa 10 repetiu a atuação apagada que já havia mostrado no empate sem gols contra o Novorizontino, na rodada anterior. Apesar disso, houve um vislumbre de esperança na reestreia, contra o Botafogo-SP, quando ele entrou no intervalo e exibiu mais desenvoltura, com alguns momentos que lembraram o craque que encantou o Brasil e o mundo.
É preciso, no entanto, contextualizar. Neymar está em um processo de readequação após uma grave lesão no ligamento do joelho, que o afastou dos gramados por mais de um ano. Além disso, as duas últimas temporadas no Paris Saint-Germain e no Al-Hilal foram marcadas por lesões e irregularidades, o que torna natural que ele precise de tempo para recuperar o ritmo de jogo e a confiança.
Neste retorno ao Santos, Neymar parece estar cumprindo um ritual de reinício: o primeiro jogo, a primeira partida como titular, o primeiro clássico. Aos poucos, os desafios vão sendo superados, mas ainda faltam marcos importantes, como o primeiro gol, a primeira assistência e, principalmente, uma atuação decisiva que justifique toda a expectativa em torno do seu nome.
A paciência, portanto, é a palavra de ordem. O torcedor santista, ansioso por reviver os dias de glória com o ídolo, sabe que a reconstrução de um craque não acontece da noite para o dia. O que resta é aguardar e acreditar que, em breve, Neymar mostrará que ainda tem muito a oferecer. Afinal, como diz o ditado, classe não se perde – e ele tem de sobra.