Defesa de Bolsonaro critica denúncia da PGR e alega incoerências e falta de provas
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu com veemência à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que o acusa de suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado. Em nota divulgada nesta terça-feira (18), os advogados de Bolsonaro classificaram a denúncia como “inepta” e afirmaram que ela se baseia “numa única delação premiada”, referindo-se ao depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.
A defesa argumenta que a acusação é frágil e contraditória, destacando que o delator teria mudado sua versão “inúmeras vezes” ao longo do processo. “A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade”, diz o texto.
Os advogados ressaltaram que, após quase dois anos de investigações, não foi encontrado nenhum elemento que conecte Bolsonaro às alegações apresentadas na denúncia. Eles também destacaram que, apesar de uma extensa análise de seus telefones pessoais, não há mensagens ou evidências que sustentem as acusações. “Não há qualquer mensagem do então presidente da República que embase a acusação, apesar de uma verdadeira devassa que foi feita em seus telefones pessoais”, afirmaram.
A defesa ainda reforçou que Bolsonaro “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”. O ex-presidente, segundo a nota, confia na Justiça e acredita que a denúncia não prevalecerá “por sua precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos que a sustentem perante o Judiciário”.
A denúncia da PGR, que ainda será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tem gerado repercussão política e dividido opiniões. Enquanto a defesa de Bolsonaro busca desqualificar as acusações, setores da oposição e críticos do ex-presidente veem no processo um passo importante para a investigação de supostas tentativas de desestabilização democrática durante seu governo.
O caso segue em aberto, e a decisão do STF será determinante para o desfecho dessa disputa judicial que envolve uma das figuras mais polarizadoras da política brasileira recente.